segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O passar do tempo...

Gente, como o tempo passa rápido! Você olha um menino hoje e amanhã, ele já é maior que você. Ponha-se aí uns cinco anos no que eu disse ser um dia após o outro. Mas é aí que tá: cinco anos passam voando!

Mas falando do tempo passar, parece que têm anos em que o tempo realmente acelera. Por exemplo: a criança nasce e até um ano não faz muita diferença o que ela aprendeu. Ela continua chorando, cagando e comendo - e só! Mas quando o bebê faz dois anos, instantaneamente, ele começa a correr como Usain Bolt, aprende a falar palavras complexas e não fecha mais a matraca! E é nesse ano, entre 2 e 3 anos, que o tempo acelera, e quando você olha para sua criança com 3 anos, você já não a reconhece. Então estagna. Dos 3 aos 5 anos não há grandes diferenças. E quando a criança faz 6 anos, se você não gosta de responder coisas, e ainda por cima, coisas embaraçosas, faça um buraco no chão e enterre-se, porque o moleque vai perguntar sem parar. "Por que dois em inglês é two? Por que o céu é azul? Quantos peixinhos têm no mar? Por que a vaquinha faz mú? Se você quer aprender, pode perguntar. Use a palavra por que. Por quê? Por quê?"... desculpem, me empolguei na musiquinha da Xuxa.

Bom, aí a criança aprende que daquele mato não vai sair coelho e que os pais não vão esclarecer nada, então eles aprendem com os coleguinhas da escola, que aprenderam com os coleguinhas da rua, que aprenderam com os da outra rua, que estudam na escola do governo. Não, não é preconceito, é fato confirmado: os alunos do ensino público aprendem as safadezas da vida muito antes dos do ensino privado. Bom, a criança vai sanando suas dúvidas e praticamente nada muda até os 9 anos. E tome aceleração de tempo entre 9 e 10 anos. A criança descobre a paquerinha. E dá-lhe fofoquinha. Uma menininha dizendo que um menininho gosta de outra menininha. Uma menininha quando briga com sua amiguinha vai lá dizer a mãe dela que ela tá namorando. E não podemos esquecer do quebra-pau que rola quando dois menininhos gostam de uma mesma menininha.

Então tem a fase em que as proporções se duplicam. Meu amigo Paulinho batizou, genialmente, essa fase como "eis-me aqui!" É a puberdade. Até os 12 as coisas se mantêm mais ou menos estabilizadas, mas aos 13... ah! aos 13, você vê o garoto espichar vinte metros e você olha para aquela pirralha e diz: "Como ela ficou gostosa! Quando foi que isso aconteceu? Onde eu estava enquanto ela estava ficando gostosa?" Acho que de repente cai um raio na cabeça da menina e a transforma em gostosa. Só pode ser! Ninguém vê a coisa acontecer, ela só acontece. Por falar nisso, há uma coisa interessante que ocorre. Acompanhem comigo. Há uma menina de 9, de 11, uma de 13 e outra de 15 anos, e as duas do meio são amigas enquanto as da ponta têm outras amigas. Então, depois de dois anos, a primeira tem 11, a segunda, 13, a terceira 15 e a última 17, e as coisas se transformam. Mesmo elas continuando, claro, com a mesma diferença de idade, as coisas  mudam. A que agora tem 17 é amiga da de 15 dessa vez, e esta se afasta da que agora tem 13, que por sua vez, descobre ter afinidade com a que agora tem 11. Mais dois anos e fica assim: 13, 15, 17 e 19. O que acontece? Agora pode acontecer várias coisas, mas pode acontecer que a de 19, mesmo apenas  dois anos mais velha que a outra, já não goste da amizade que tinham, ou porque experimentou o sexo, ou porque entrou na Universidade ou sei lá o quê. E aí as duas do meio, 15 e 17, voltam a ser amigas, ao mesmo tempo que a de 15 também é amiga da de 13... Deu para entender? Elas SEMPRE vão ter a MESMA DIFERENÇA de IDADE, mas enquanto o tempo vai passando, a vida vai unindo-as e separando-as, conforme as necessidades.*

Bem, depois que acaba esse "Boom", o que varia de pessoa para pessoa, mas geralmente acaba aos 18, dos 18 aos 30, ninguém muda tanto assim. O que acontece é que alguns casam, outros ficam mais ricos e todas essas diferençazinhas básicas. O que me lembra os velhos. Os velhos não envelhecem, simplesmente porque eles já são velhos. Parece que quando a pessoa vira velha, pronto, você é velho, sua aparência não vai mudar até você morrer, a não ser que você tenha dinheiro para cirurgias plásticas. Dos 60 aos 100 não dá para saber muito bem que idade a pessoa tem. Brincadeira. Mas a maturidade é a mesma.

Parei por aqui. Caramba, a vida é curta! Lembrem-se: a vida é curta e ela cabe numa postagem de blog.

* Não quis dizer que é impossível ter amizade com alguém de outra idade. É só uma tendência. Afinal, a idade está muito mais em nossas mentes.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las...

sábado, 23 de outubro de 2010

O Orkut e o luto

Sinceramente, eu não entendo essa mania do pessoal ficar dizendo que está de luto no orkut. Primeiramente, você, que já disse estar de luto no Orkut, sabe o que significa luto? Esperem aí que eu vou ver no dicionário... Windows Media Player... não... Word... não... Ah, achei! Aurélio!

luto1: 1. Sentimento de pesar ou dor pela morte de alguém. 2. Os sinais exteriores de tal sentimento, em especial o traje, preto quase sempre, que se usa quando se está de luto. 3. O tempo durante o qual se usa o luto. 4. Tristeza profunda; consternação, dó. 5. (sentido figurado) A morte.

luto2: Massa de diversas composições que, endurecendo com o calor, veda inteiramente as frinchas dos aparelhos de destilação e impossibilita a saída das substâncias voláteis contidas em frascos, retortas, matrazes, etc.

Ficou claro, né? Então eu pergunto para você que está de luto no Orkut agora: "Você está chorando, triste, ou pelo menos financeiramente mais pobre por que essa pessoa morreu?" Não precisa responder, porque nas suas atualizações eu vi que você está feliz. "Não, é porque morreu o vizinho da rua de lado e eu queria homenageá-lo, sabe...", você justifica. Quer homenagear, quer ajudar a família da pessoa que morreu, vá lá e preste seu apreço pelo defunto, mas, porra, se você não está nem aí pro cara que morreu e acha que colocando que está de luto no perfil do Orkut está sendo solidário, lamento informar, mas você só está sendo, no máximo, muito do hipócrita.

Ou será que quando eles botam luto lá eles querem falar dessa paradinha de vedação? Acho que não, né... porque para peidos já inventaram a rolha... Bem, não vou tentar defender esse povo. Um lento luto5 no sentido figurado para você.


Estou de luto. Não sei se por causa da minha tartaruga que perdeu a cabeça ou se por causa dos enlutados felizes pelo mundo afora.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Retrato de Suzanne Bloch


Retrato de Suzanne Bloch é um óleo sobre tela do pintor Pablo Picasso, produzido em Paris, no ano de 1904. A obra é apontada como uma das últimas do Período Azul (1901-1904) do mestre espanhol e retrata a cantora francesa Suzanne Bloch.

À princípio, ela parece uma mulher feia. Tá bom, ela é feia, feia e enjoada. Mas sei lá, a primeira vez que vi essa pintura eu fiquei encarando-a um tempão. Mesmo com essa cara enjoada, esse olhar morto, essa expressão de desgosto e esse ar de quem já não vê graça na vida, mesmo com essa beleza Amy Whinehouse, ela me encantou. Então eu pensei na beleza e sua relatividade. Porque a beleza depende de quem a aprecia e depende da própria postura a que a pessoa se dispõe. Porque a beleza não é só a beleza, aquilo que é belo de se olhar, a beleza está na aura que envolve todo ser. Talvez você olhe para essa mulher e pense: "Eca, eu não pegaria". Tudo bem. Isso não é importante. O que importa é que veja que, mesmo a feiúra, pode ser muito bela.

Eu me hipnotizei por uma mulher feia, e isso acaba explicando muita coisa...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Hope (Esperança)

Desde que o mundo é mundo o mundo está destinado a acabar, ou a ter uma grande reviravolta que fará tudo ficar ruim, ou simplesmente existirá um momento de sandice global. Profecias para o fim do mundo. Catástrofes naturais anunciadas. Mas eu acredito nas pessoas... não, nas pessoas não; eu acredito na humanidade! Dá no mesmo! Não! Não sei explicar, mas não acho que dê no mesmo...

Enfim, sem enrolar, eu quero falar da questão dos mineiros do Chile. Vocês sabem. O mundo está todo mobilizado. E é aí que entra a esperança. De vez em quando parece que o mundo entra em fúria, uma fúria boa (se é que dá para entender...) e dá a oportunidade da gente mostrar o quanto valorizamos essa esfera achatada nas pontas em que moramos. Esse é o caso dos mineiros. O mundo precisava mostrar ao mundo que o mundo ainda tem jeito. Você pode dizer que é Deus, e eu também acho que é, e Ele quer nos mostrar mais uma vez, eu acho, que apesar de tudo, Ele nos ama. Cheguei a pensar que de 2012 realmente não passaríamos, porque eu vejo (e desconfio que todo mundo está vendo) que este mundo está muito torto e não tem muito mais para onde ir. Pensei: acho que é hora do Apocalipse e eu estarei no fim... sei lá o que isso quer dizer...

Mas os mineiros... os mineiros... Meu amigo Paulinho disse que o salvamento dos mineiros entraria mais para a história do que o homem na lua. Bem, se o mundo foi feito para o amor e Deus existe, eu tenho certeza que a lua que devia se foder, porque o mundo precisa de mais amor e união e os mineiros significam muito. Sei lá... quero chorar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ah, a criança!

Sente o cheiro? Não? Você nunca sentiu-se como se fosse eternamente feliz? Sem dúvida você já se sentiu assim. Talvez não se lembre... talvez você tenha se distraído... Mas você tem uma criança aí! Uma criança levada que colide o tempo todo com o adulto chato que insiste em ficar. Mas em seus sonhos você sabe e brinca de brincar de viver, e pode sempre ser quem precisar ser, porque no fundo somos todos crianças e hoje o dia é nosso.

Hoje você pode deslizar por aí, porque perdido você pode se encontrar, e sua criança é a única que verdadeiramente vai saber amar. Então pode-se dizer que hoje é dia do amor. Me de um sorriso infantil e vamos ser felizes, meus pequenos anjinhos, o mundo pode ser só carinho. Ah, meu coração infantil! Ah, que sonhos vadios! Ah, que sensação de vazio! Oops, tchauzinho...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O grito!

O grito (Edvard Munch)

O que é isto??? Que sensação é esta??? Meu mundo perdeu as linhas e ninguém viu... e meu grito se desmancha... e eu acho que vou me perder no mundo. Angústia é tudo que eu posso sentir... não sei se sou eu ou grito, mas vou me desmilinguindo, e eu sei que nada vai mudar quando acontecer. É um grito (que grito!) que todos estão gritando em silêncio agora mesmo.

Impressionante! É o que eu posso dizer... Não consigo dizer mais pois não há o que dizer. Ah, apreciem! Não posso mais!

Quem é você?!

Quem é você? Você sabe? Você sabe quem é que mora dentro de seu próprio peito? Revele-se! Se exponha até os ossos! Revele sua verdadeira face corroída! Mostre seus demônios e vamos beatificá-los! Eu não vejo problema em sua imperfeição, mas eu desejaria poder sentir toda a sua verdade! O que damos uns aos outros é tão pouco perto da mentira que nos injetamos todos os dias. Eu aprendi e quero dizer: não há o que temer! Sentimos medo de sentir medo, porque dá medo não temer o que a gente devia temer. Esconderijos e barricadas à parte, eu quero ter você sem medo que você seja você. E não tenha medo do que eu posso ser, porque somos todos assim, meio nós, meio eles.

Quem é você? Me diga agora neste segundo! Me magoe, leve embora meu coração, mas traga um remendo dos bons, para fechar bem de leve e perfurar minhas emoções. Eu quero sentir todas as dores e amores deste mundo, sejam divinos ou carnais, eu quero me sentir por inteiro e que a gente se sinta muito mais!

Dentro de mim há um peixinho douradinho, ele é bonito e bobo, só precisa de um pouco de carinho...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tira, tira! Tira o Tiririca!

♪... Florentina, Florentina, Florentina de Jesus. Não sei se tu me amas. Pra quê tu me seduz?...

Ele ganhou!!! Você esperava? Esperava? Eu sim. Mas, e agora?
Em primeiro lugar, vamos fingir uma coisa: façam de conta que o Tiririca é só mais uma pessoa. Eu sei, é difícil, só de olhar para ele ficamos com vontade de rir. Mas ele é só mais uma pessoa! E ele ganhou! Você votou nele, porra! Eu não, porque sou pernambucano... Você votou por protesto? Putz, conta outra!

Não conheço as leis e não sei quem pode ou não ser candidato. Mas ele foi e venceu. Agora eu só não entendo POR QUE ELE TEM MENOS DIREITO DO QUE QUALQUER OUTRO!!! Eu acho uma sacanagem a imprensa ficar caindo em cima quando o cara não fez nada ainda. E o que irrita é que os políticos de verdade (aquelas caras de sempre) se revoltam porque eles se acham mais que o Tiririca. Mas vocês não são!!! Tiririca não é da minha família não, gente, mas no meio de toda a putaria, ficar falando mal do Tiririca é uma coisa sem futuro. Vi de relance que Fátima Bernardes se referiu a Tiririca como palhaço ao anunciar no Jornal Nacional. Não prestei mais atenção, admito; mas quem é você, Fátima Bernardes, para chamá-lo de palhaço no tom mais prejorativo que você pôde conseguir?

Achem o que queiram, digam o que quiserem. É safadeza do partido pegar uma pessoa de apelo popular para conseguir quociente eleitoral, ou sei lá o quê? Ok!!! Então chame-o de safado. Ou se ele simulou saber ler e escrever mas é analfabeto, chame-o de criminoso. Mas ficar inventando polêmica idiota só vai criar mais polêmica idiota sobre um assunto terminado. Eu aposto, sei lá, trinta pêlos do meu braço que ele sabe ler e escrever sim! Tomorow never knows! Vocês não sabem o que Tiririca pode fazer... pensem, vocês quase elegeram Netinho e Fernando Collor... Pensem!

O tempo não pára


Cazuza / Arnaldo Brandão

Disparo contra o sol. Sou forte, sou por acaso.
Minha metralhadora cheia de mágoas. 
Eu sou um cara.
Cansado de correr na direção contrária, 
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada.
Eu sou mais um cara.

Mas se você achar que eu tô derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados.
Porque o tempo... o tempo não pára.
Dias sim, dias não; eu vou sobrevivendo sem um arranhão.
Da caridade de quem me detesta!

(Refrão)
A tua piscina tá cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos.
O tempo não pára.
Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades.
O tempo não pára. Não pára não, não pára!

Eu não tenho data pra comemorar, às vezes os meus dias são de par em par.
Procurando uma agulha num palheiro.
Nas noites de frio é melhor nem nascer.
Nas de calor se escolhe: é matar ou morrer. E assim nos tornamos brasileiros.
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro, transformam o país inteiro num puteiro.
Pois assim se ganha mais dinheiro!

(Repete refrão)

Dias sim, dias não; eu vou sobrevivendo sem um arranhão.
Da caridade de quem me detesta!

(Repete refrão de novo)

O que nós somos? Várias coisas. Somos a revolta que se espalha por aí, somos leve brisa que chora e pára para refletir e sonhar. Somos fortes e fracos. Mas somos, acima de tudo, humanos, pulando e quicando nas vagas do mar, como bêbados equilibristas (mas se bem que essa já é outra música). Sem saída, somos sozinhos, mas nunca nos derrotamos por completo, porque a gente renasce. E o tempo... até pára, mas ele não dá outra chance! Quanto a mim, não tenho tempo a perder, e parece mesmo que o tempo está correndo contra mim. Não recebo grandes recompensas, não há para onde fugir, e a vida vai me destruindo... e eu me remontando, buscando um modo de me alimentar pelas migalhas que me atiram pelo caminho... migalhas estas que não vou implorar para ter, mas que vou sempre procurar recolher.

O mundo está meio torto e eu já vi tudo isso - o que pode ser muito chato, mas ao mesmo "saber" das coisas permite que vejamos o melhor que tenha para ser visto. Meu museu é cheio de novidades!, porque ninguém vê tudo ao mesmo tempo e sempre há coisas que ficam meio ocultas, apesar de velhas e de terem estado sempre lá. E em meio aos altos e baixos eu busco algo que me faça sentir vivo, e o que me faz sentir vivo é achar mais seres viventes para vivermos. Porque não existe nenhuma divindade sem humanidade! E vão me chamar de várias coisas, vão me xingar de tudo quanto é coisa, mas ninguém vai tirar minha humanidade só porque sou errado. O tempo não pára, e não vai parar mesmo que pare.