terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sandy, e o valor da vida

E eis que a Sandy cansou das quatro estações e virou um furação. Pela primeira vez escrevemos "Sandy" no google e não aparece a cantora como destaque. "A noite cai, o frio desce; mas aqui dentro predomina esse amor que me aquece..."

Falando sério (mais ou menos), o furação Sandy, rebaixado para tempestade extratropical ou ciclone pós-tropical, chegou para colocar medo numa população acostumada ao glamour. Diversas vezes vimos New York ser destruída no cinema, mas vê-la parcialmente danificada na vida real ainda assim causou assombro. Causando mais assombro do que quando passou, mais violenta, pelo Caribe, matando 67 pessoas. O que há de novo nesta tempestade? Nada. Além de ter sido em New York, nada! A vida parece sempre valer mais na terra do Tio Sam. Quem pensa na Guerra do Golfo, antes dos ataques de 11 de setembro? Enquanto Kuwait e Iraque se matavam, ninguém ligava. Aí os Estados Unidos foram lá resolver a situação, e se aproveitaram, alega a Al-Qaeda, para perambular pela Arábia Saudita. Os islâmicos não são flores que se cheiram e os Estados Unidos têm sangue nas mãos. A tragédia era certa!

Bin Laden ficou de saco cheio um dia, e resolveu promover os ataques de 11 de setembro, que mataram 2.996 pessoas, tirando ainda os terroristas. Como os Estados Unidos haviam jogado dois rojões que mataram umas 200.000 pessoas de uma vez e mais umas 50.000 depois e ao recorrer dos anos, numa guerra já quase liquidada, Bin Laden achou justo pegar 1% apenas dessa quantidade e matá-las. Agora, o que passa mais na TV, repercussão sobre a bomba nuclear ou sobre os atentados de 11 de setembro?

Sandy ainda matará mais pessoas que não têm nada a ver com a não-assinatura do protocolo de Kyoto, com o aquecimento global, com o fim do mundo maia, e muito menos com Bin Laden, Sadam, Bush ou Obama. E nem desta vez será por culpa direta de algum deles. E, vejam: Sadam e Bin Laden já foram mortos. Mas vá inventar de matar um dos dois honoráveis presidentes, que não são terroristas nem ditadores mas com potenciais para fazerem os mesmos estragos, vá inventar de matá-los, para ver.

Pois é, Sandy, se queria a fama, veio ao lugar certo, porque aqui serás eternamente lembrada. "No outono é sempre igual, as folhas caem no quintal; só não cai o meu amor, pois não tem jeito não, é imortal..." "uhu-uhu, é imortal".




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O esquizofrênico da Liberdade

Eu sempre achei esse negócio de loucura algo muito louco. Claro! A loucura é uma coisa das mais relativas do universo. A loucura é mais relativa que o próprio universo. A loucura é mais relativa do que a teoria da relatividade, que, aliás, é outro troço louco... como também pode ser considerado louco aquele que idealizou a teoria. 

O que é loucura? Segundo o Wikipedia: "A loucura ou insânia é segundo a psicologia uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados anormais pela sociedade". E isso é muito relativo. Fernandinho Beira-Mar é louco ou um empresário visionário? O atirador norueguês, Anders Breivik, é louco ou só um cara metido a besta com muito preparo, muita munição e princípios éticos deturbados? Hitler era louco ou alérgico a qualquer organismo vivo? Lula é louco ou apenas distraído? Fernando Gouveia, o esquizofrênico da Liberdade, é mesmo louco só por que ouve vozes e quer se matar?

Fazer loucuras não faz ninguém ser realmente louco. Devem existir loucos que de tão loucos não conseguem nem fazer suas loucuras. Podemos cometer loucura sem sermos loucos. E podemos ser loucos sem nunca termos  feito nada para as pessoas pensarem isso da gente. Eu posso ser mais louco que esse cara. E ele pode fazer muito mais sentido do que eu. Depende do dia. Depende da gente. Depende dos outros. E depende do próprio universo. No fim, somos todos loucos, mas uns sabem controlar e outros não. Ser louco é não saber controlar a loucura que existe dentro de todos nós.

Não é que eu não acredite na loucura, apenas estou convencido que metade dos loucos não vão fazer loucura nenhuma se não enchermos o saco deles. Soltem os loucos? Não é bem por aí. Mas não se pode privar um louco da sociedade por loucuras pequenas. É como privar um religioso de ir à igreja só porque ele  se imaginou fazendo sexo com a mulher gostosa do vizinho.

O que não pode é o louco estar em sua casa, fazendo suas loucuras rotineiras, e vir mais uma cambada de loucos para dizer que o louco de tão louco será interditado. Porra! Não é por nada não, mas mereceram cada tiro. Como que em sã consciência decidem ir na casa do louco para dizer: "Olá, seu louco, a gente veio aqui para lhe entregar um documento que atesta que o senhor é louco e que não pode responder por si próprio. Assine aqui, por favor. Em duas vias, Ok? Obrigado. Agora troque de roupa, ponha um perfuminho, penteie o cabelo, que nós vamos lhe levar para o manicômio". Seria louco se assinasse! Sério. Se ele não pode responder por ele, como ele vai responder por ele para justamente dizer que não pode responder por ele? Querem endoidar o doido? É muita loucura para a pobre cabecinha do louco. Queria que fosse de metralhadora! Espera o cara ter uma crise e interdita ele. Agora esperar que o cara reconheça: "Ih, é mesmo. Vocês me convenceram. Eu sou louco." Esperar esse tipo de reação é provar ser muito mais louco que o próprio louco. Parabéns!