domingo, 29 de abril de 2012

Filosofia de Facebook

Entre em seu facebook agora. Ah, você já está conectado? Claro. Falha minha... Bom, deslize pela tela e você vai achar a esdrúxula filosofia do facebook, encabeçada por menininhas que compartilham Caio Fernando Abreu e pessoas em geral que postam frases erroneamente atribuídas a Clarice Lispector. Com certeza você vai encontrar pérolas desse gênero. No meu tem agora: "Tudo tem a hora certa pra acontecer, e na maioria das vezes aquilo que você mais deseja só vai acontecer quando você menos esperar! (foto de Johnny Depp ao lado)" e "Com quantos relacionamentos fracassados teremos que lidar antes que você aprenda a se amar? (por sobre a foto do Dr. House)". No seu deve ter até coisa pior.

Enfim... nada contra frases bonitinhas, até aparecem umas legais, mas é que, poxa, ô galerinha sem criatividade! Tudo bem compartilhar o que achamos legal, mas precisa fazer isso pra tudo quanto é merda? Ninguém escreve nada que vem da própria cabeça, as ideais são geradas não mais pelo cérebro, e sim pelo botão de compartilhamento do facebook. E as pessoas ainda "curtem" esse tipo de presepada intelectual. Por que não compartilhar pensamentos de Freud, Stephen Hawking, Platão, Clarice Lispector (de verdade)? E por que não apenas escrever o que você está pensando? Não é tão difícil, gente. O teclado facilita bastante...

Por isso estarei lançando a campanha: 


terça-feira, 24 de abril de 2012

Amor em estado bruto

3 litros de admiração.
3 quilos de desejo.
2 copos de carinho e respeito.
4 colheres de fantasia (misturar à admiração e ao desejo).
6 envelopes de possessão.
4 rodelas de paciência e persistência.
3 doses de agonia.
1 xícara de comodidade e interesse.
1 sachê de ódio.
5 pitadas de inveja.
Loucura e burrice à gosto.

Obs.: É recomendado misturar todo o conteúdo numa fôrma untada de bom-humor e conservar em forno brando para sempre (com intermitentes aumentos na temperatura e eventuais murros em pontas de facas).
A ordem e a quantidade pode variar de pessoa pra pessoa, com suas consequências. Muito cuidado!


O amor, em estado bruto e sem temperos adicionais, é coisa muito simples: para isso só basta olhar com interesse no modo como ele (a) mexe nos cabelos. Antes de tudo, vale lembrar que, apesar do que dizem por aí, o amor não precisa ser correspondido, nem ao menos necessita que o amador esteja feliz com a situação. Mas, e o "amor-próprio"; o "você precisa amar-se para poder amar alguém"; o "amor não-correspondido dói" e finalmente o "é loucura amar quem não te ama". É preciso acabar com essas farsas. Esses clichês são pura enganação, algo que algum terapeuta inventou para ganhar dinheiro em consultas com pessoas com dor de cotovelo, ou um mal-amado querendo fazer graça. Amor de verdade nunca acaba; amor autêntico dura para sempre! Algo diferente disso, me perdoem os pseudo-apaixonados, não é amor. Então, isso é um carma?, você pergunta. Exatamente!, eis minha resposta. Pra quê amar, se é algo tão cruel?, você pergunta de novo. Eu digo que não entrarei nos méritos do porquê alguém amar, mas essa é a verdade!

Claro que você pode fingir, guardar numa gaveta, trancar o amor num cofre de segurança máxima, mas isso não vai matá-lo. Seus amores só acabarão no dia que você morrer... e olhe lá! Se a receita acima for feita com pouca variação, o amor torna-se imortal. E se faltar um ingrediente que seja, o amor torna-se uma bizarrice - o que acontece muito. Então, se o amor nunca acaba, eu só posso amar uma única pessoa para sempre?, você pergunta. Não! Outra balela é dizer que seu amor pelo namorado (a) anterior acabou, e agora você ama só o atual. Sinto muito! MENTIRA! Ou você amava e continua amando, mesmo estando com outro (a), ou você nunca amou de verdade, e aí tudo bem. Se seu namorado (a) te disse isso, sinto muito, ele está te enganando... mas pode ser que seja sem querer. Ele pode ter fugido do amor, guardado numa gaveta, pode ter trancado no cofre, mas isso não mata o amor.

Então é um prisão?, você se pergunta. É uma bela analogia para se fazer. Então mesmo numa decepção muito grande, se é amor, não vai acabar? Mesmo se ele (a) me espancar, eu vou continuar amando?, você pergunta, aflita (o). Acho muito difícil você ter amado essa pessoa (por conta dos itens 1 e 8 da receita)... a não ser que você goste de apanhar; aí é válido. Todo mundo percebe comportamentos estranhos; pode não ser no inicio, mas depois fica impossível não notar. Ou você admira (item 1) essa agressividade; ou, por dar valor exagerado ao desejo (item 2), que é o que em geral anda acontecendo, você relevou a agressividade, porque você queria outro tipo de agressividade, se é que me entende. De todo jeito, não era amor, porque a receita foi feita toda errada. Desculpe-me Maria da Penha, mas se você amava mesmo o seu marido, nem a surra mais elaborada arrancou esse amor de você, ou não era amor e você se confundiu.

Que fique claro, o amor não precisa de ninguém, é uma coisa só sua, e nada, nada que a pessoa que você ama fizer vai mudar o que você sente, se você realmente sente... 42% das pessoas não sabem o que é amor, ou acham que amam alguém. 28% amam completamente errado - o que também não é amor. 30% amam de verdade, e desses trinta, 25% não sabem, 25% não admitem, 33% sabem e não admitem e só 16,9% sabem e admitem o amor que sentem. 0,1% aceitam o que estou dizendo. Mas se pensarem sem orgulho, 100% vão concordar. É pura estatística! 

Para resumir: O AMOR NUNCA ACABA, e você pode amar quantas pessoas você conseguir. O amor não conhece fidelidade. Você pode ser fiel fisicamente, e até tentar mentalmente, mas não se engane: você nem seu namorado (a) podem lutar contra o amor. Chega de hipocrisia! Case-se com um (a) só, copule com um (a) só, mas dentro de você o seu amor não pára de fluir para onde ele quer. 

domingo, 22 de abril de 2012

Felicidade e nostalgia

Era das facilidades. A duzentos e quarenta e dois dias do fim do mundo. Diário de bordo. Eu tenho pensado bastante, preso no oceano das lembranças, perto da ilha deserta do marasmo. Eu tenho pensado que o mundo já foi melhor. Já foi mais difícil, mas, sem dúvida, muito melhor. Estamos na era das facilidades. Podemos nos comunicar com qualquer pessoa, em qualquer lugar, instantaneamente. Podemos ver o que quisermos, onde quisermos. A tecnologia tornou nossa vida bem mais cômoda. A que preço? Aparentemente nenhum. Mas o que não percebemos é que a facilidade traz, contraditoriamente, muita infelicidade. Ás vezes parece que somos masoquistas, mas não; é só que, o que dá mesmo felicidade é a luta por algo.

No medievo, todos os homens só eram felizes na guerra, a guerra realizava o homem. As mulheres tinham uma vida reprimida, mesmo assim podiam ser felizes. As pessoas lutavam pelas coisas, e ficavam felizes por conseguirem concretizá-las. Na época da TV as pessoas ficavam esperando, ansiosas, para ver o clipe de sua banda favorita, quando tinham sorte. Hoje todos podem ver os clipes à hora que quiserem, mas qual é a graça disso? Ninguém liga! Ninguém fica feliz com isso! Pois já dizia alguém: "a ignorância é uma benção", e vejo que ele tinha razão, em um sentido um pouco diferente. Não é que não saber das coisas nos deixe alegres, bobos-alegres, mas as conquistas nos deixam alegres. E na era das facilidades, onde muito pouca coisa pode ser de fato renovada, a vida não é tão feliz, pois a vida já está pronta.

O mundo vai sim acabar... se é que já não acabou. A tristeza traz agressões, agressões ao mundo e às outras pessoas: desmatamento, bullying, mortandade, aquecimento global e etc. A facilidade arruinou o mundo, não porque a facilidade é ruim, mas porque os humanos indolentes se agarraram às facilidades de uma forma criminosa. Sabemos que podemos encontrar alguém online, então pra quê encontrá-lo pessoalmente? Sabemos que podemos mandar uma bomba a quilômetros de distância num alvo milimétrico, então pra quê dialogar? Bem, as guerras são antigas, e isso também acontecia no medievo, seu blogueiro, alguns dizem. E eu digo: com certeza, aquela era outra fase na facilitação das coisas. Como eu tinha dito, o problema não é a facilidade, mas o uso dela. Sabemos que podemos "mexer" nos alimentos, para ficarem mais agradáveis, e até mais vendáveis, por que deixar a natureza cuidar disso? Sabemos que podemos antecipar doenças como anencefalia, então pra quê dar uma chance ao acaso?

Diário de bordo. Não vejo nada à minha frente. Só pó. O que significa? Não sei. O que podemos fazer? Lembrar que somos humanos, e lembrar que coisas fora de moda também podem ser divertidas. Por isso a saudade de um mundo que não vivenciamos... por isso toda essa revolta... Somos o inferno, cheio de boas intenções e decisões completamente equivocadas!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Literaturando Apresentação

Nova série de posts do blog, Literaturando vai analisar de forma inusitada a literatura e seus personagens. E levantar questões que, embora não sejam exatamente interessantes, vão fazer pensar: É mesmo, né? Como não percebi isso?, ou ao menos é a pretensão.
9ZDRTSSZHF5S