sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

# Parceria

Olá. Se alguém estiver aí, tenho uma proposta para fazer: quer fazer parte do Leitura Light? Sabe quais são os requisitos: nenhum. Se é blogueiro ou não, se gosta de blog ou não, se você tem algo a dizer, algo a acrescentar, eu desejo que você faça parte do blog.

E por quê? Por que eu quero um parceiro (parceiros)? Quais são meus interesses escusos? Quase nenhuns. 

Veja só: meu blog é bom. Certo, não é nenhuma perfeição, mas não é ruim. Eu acredito que meu número de leitores seja ínfimo (me desculpe se você lê meu blog e eu não sei). Também acredito que ele mereça mais. Então, percebi que, para obtenção de popularidade inicial, é necessário ter amigos que propaguem a coisa aos amigos, e estes aos seus amigos... assim por diante. Juntando-me a outras pessoas, esse número cresce. Crescendo esse número, o blog chegará aos leitores mais rapidamente.

Se interessar, toda opinião será levada em conta e a liberdade para as postagens será total. Se o blog não interessar, mas se alguém se interessar por mim e queira a minha participação em seu blog, também aceito participar.

Aos interessados, deixem comentários.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Cura gay, Jean Willis, Silas Malafaia, religião, CQC, preconceito, hipocrisia, Rafinha Bastos e Luciano Huck

Os deputados da Câmara discutem se os gays podem ou não ser curados. A falta do que fazer os levaram a isso. Pois esta não é uma questão relevante. O AA promete tratar dos "bebuns", e trata, mas isso não acabou com o alcoolismo. Se conseguirem tratar os gays (o que eu quase duvido), isso não iria acabar com a homossexualidade. Então vamos mudar um pouco o rumo das coisas. Ser gay é ruim? Quando alguém dá a bunda, um tufão surge do outro lado do mundo. Religiosamente, é proibido dar a bunda, mesmo se for para pessoas do sexo oposto. Então, subintende-se que o problema não é ser gay, mas o problema é fazer coisas extravagantes entre quatro paredes. Chupadinha? Nem pensar. Fio-terra? Muito menos. Colar velcro? Nana-nina-não! Então por que a implicância com os gays, já que 90% (é o que eu acho) das pessoas fazem suas coisinhas de modo não ortodoxo?

Ontem eu vi que Silas Malafaia deu a entender que pecado é pecado, não existe essa coisa de pecado grande e pecado pequeno, ponto de vista religioso que eu já conhecia. Então por que não tentar curar o boquete também? Ninguém tem preconceito com o boquete, porque ninguém sabe quem pratica ou não (a Angelina deve fazer um fantástico...). Então por que a implicância e intolerância contra os gays? Porque os atos violentos partem de homens. Os homens imaginam um boquete e vão ao delírio, mas quando imaginam alguém dando a bunda, sentem uma coceirinha na própria bunda, sentem vergonha e vão matar um monte de bichas. Porque homem é ignorante. Nenhuma mulher que imagina os saltos 45 vão querer pegar as sapatões na porrada. Vamos analisar a violência. Se colocar na balança os assassinatos por homofobia contra os assassinatos em geral, realmente o número de gays mortos é irrelevante. Mas excluindo as mortes em tiroteios e assaltos, o número gay começa a fazer sentido.

Já dizia Lulu Santos: "Para todo mal. A cura". Vamos lá. Nasce-se gay ou opta-se por ser gay? Jean Willis disse que ninguém iria escolher ser gay, já que ninguém quer se foder... quero dizer, ninguém iria querer passar pelos problemas que os gays passam, se eles tivessem outra opção. Ponto para Jean. Mas se Jean já se disse católico, ou ele acredita que Deus pode tudo ou não realmente católico. A homossexualidade pode não ser uma doença, mas para um católico Deus poderia curar até o que não é doença. Então, Jean, você terá que se decidir de que lado está. Do lado "Deus pode tudo" ou do lado "sou gay, não sou doentinho". Ponto para Silas. Na verdade, ele só conquistou esse ponto pela hipocrisia do Jean, mas como o Silas e a hipocrisia são a mesma coisa, é ponto para ele mesmo.

O Silas Malafaia é um talento no que faz, disso não tenho dúvida. Mas como tudo em todas as religiões, o foco não é o bem das pessoas, apesar de parecer que é isso. O grande trunfo das religiões é que elas sabem  que todos são preconceituosos e hipócritas, e a religião está lá justamente para dizer que "tudo bem". Eu mesmo tenho preconceito aos hipócritas. Como ele disse, preconceito é um pré-conceito sobre algo, e não é pecado. Então a hipocrisia não é pecado, muito menos. E por falar em hipocrisia, vejam a falta de lógica desta frase: eu me recusei a fazer o teste do bafômetro, mas apoio amplamente a Operação Lei Seca. Ora, Luciano Huck, faça-me o favor, você acha mesmo que se recusar a fazer o teste é apoiar amplamente? Soletre a palavra "apoio": A-P-O-I-O. Significado: Auxílio de qualquer natureza (financeiro, operacional, moral etc.) que se presta a alguém ou algo; AJUDA; COLABORAÇÃO. Vamos soletrar a palavra "amplo": A-M-P-L-O. Significado: ilimitado, irrestrito. Está precisando participar do soletrando, hein!

Aí o Rafinha Bastos mandou uma carta mal-humorada para o moço do caldeirão, que dizia, entre outras coisas, que ele era um "playboy inconsequente". Resultado: mais um processo pro Rafinha. E minha opinião sobre processos destes tipos é que são pura idiotice. A opinião é livre; mas dar opinião, não muito. Me acha um playboy inconsequente? Foda-se! Só que não. E o CQC, o que tem a ver? Vi a matéria da cura gay lá.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Indústria da morte, ou o mundo apenas equalizando a vida

A gente não nasce, apenas começa a morrer. Não somos mais paridos, somos expulsos, retirados do ventre. Não vivemos, pagamos para não morrer. Quer coisa mais mórbida e deprimente do que ter plano de saúde? Mas pelo menos tudo está mais prático. Inventaram o aspirador de pó, inventaram a máquina de lavar; inventaram o óleo de cozinha, inventaram a McDonald's; criaram meios de transporte à gasolina, gás e álcool. Com isso, vieram a obesidade mórbida e sua companheira de todas as horas: a emissão dos gases poluentes. Cara, inventaram a geladeira! A comida não se estraga mais! E para complementar, fizeram comida congelada, conservantes e agrotóxicos. As plantações não se perdem tanto. As ciências e a medicina evoluíram. Vivemos mais. Resultado: mais velhinhas nas ruas, mais aposentados e mais velhinhos tarados sem ereção. Mas descobriram o viagra! O que é um problema, porque os velhinhos agora conseguem ser tarados. Descobrimos a liberdade sexual. A AIDS. A camisinha. O que foi bom para o mundo, porque são menos os filhos. Menos gente para consumir. Mas os consumidores ficaram mais consumistas. Queremos iates, redes aeroviárias que ligam o mundo inteiro, energia elétrica para ligarmos nossas parafernálias tecnológicas. Queremos petróleo. Queremos guerra para roubar petróleo. Queremos armas para vencer a guerra. Criaram a bomba atômica! Radiação... câncer... Agora os motivos de morte são muitos! Não inventaram a morte, mas agora dão explicação para ela. Mas vivemos mais. E viveríamos mais ainda se o mundo não tomasse suas providências. Pois a cada evolução, pagamos um preço.


É como se o mundo percebesse que daqui a pouco vai ficar apertado. O mundo quer que a gente morra, e, além de querer que a gente morra, ele nos mata mesmo. As coisas que estão acontecendo fazem parte dos mecanismos de defesa do mundo. Já aconteceu e vai acontecer de novo, quantas vezes forem necessárias. Os Maias estavam certos, William Miller, Joseph Smith e Nostradamus também estavam. O mundo vai se rebelar. Não, o mundo não vai acabar. O mundo vai resetar. É extremamente necessário. Não é nada pessoal. Temos que morrer para o mundo continuar a existir. E se o mundo continua, a gente volta a viver. No drama. Don't panic. E o mundo é mais importante que a gente, com certeza. Temos sorte que o nosso mundo nos aceita, convive com a gente. Talvez não exista vida em Marte porque ele simplesmente é exigente de mais. Bem, isso já é outra teoria minha totalmente não-científica...

Enfim, no dia 21 de dezembro não vai acontecer o apocalipse, não vai haver dilúvio, não vamos morrer de uma vez. O mundo é gentil. Vai fazer o que precisa ser feito aos poucos. Se nos prevenirmos, esse processo vai ser mais lento ainda. Talvez nem percebamos. Apenas daqui uns anos os 7 bilhões se transformarão em 1 bilhão sem nos darmos conta. O mundo é tolerante, mas paciência tem limite. Se liga, para não ser o próximo a morrer.

Bom dia 21 de dezembro para vocês. Estou pensando em comemorar esta data.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sandy, e o valor da vida

E eis que a Sandy cansou das quatro estações e virou um furação. Pela primeira vez escrevemos "Sandy" no google e não aparece a cantora como destaque. "A noite cai, o frio desce; mas aqui dentro predomina esse amor que me aquece..."

Falando sério (mais ou menos), o furação Sandy, rebaixado para tempestade extratropical ou ciclone pós-tropical, chegou para colocar medo numa população acostumada ao glamour. Diversas vezes vimos New York ser destruída no cinema, mas vê-la parcialmente danificada na vida real ainda assim causou assombro. Causando mais assombro do que quando passou, mais violenta, pelo Caribe, matando 67 pessoas. O que há de novo nesta tempestade? Nada. Além de ter sido em New York, nada! A vida parece sempre valer mais na terra do Tio Sam. Quem pensa na Guerra do Golfo, antes dos ataques de 11 de setembro? Enquanto Kuwait e Iraque se matavam, ninguém ligava. Aí os Estados Unidos foram lá resolver a situação, e se aproveitaram, alega a Al-Qaeda, para perambular pela Arábia Saudita. Os islâmicos não são flores que se cheiram e os Estados Unidos têm sangue nas mãos. A tragédia era certa!

Bin Laden ficou de saco cheio um dia, e resolveu promover os ataques de 11 de setembro, que mataram 2.996 pessoas, tirando ainda os terroristas. Como os Estados Unidos haviam jogado dois rojões que mataram umas 200.000 pessoas de uma vez e mais umas 50.000 depois e ao recorrer dos anos, numa guerra já quase liquidada, Bin Laden achou justo pegar 1% apenas dessa quantidade e matá-las. Agora, o que passa mais na TV, repercussão sobre a bomba nuclear ou sobre os atentados de 11 de setembro?

Sandy ainda matará mais pessoas que não têm nada a ver com a não-assinatura do protocolo de Kyoto, com o aquecimento global, com o fim do mundo maia, e muito menos com Bin Laden, Sadam, Bush ou Obama. E nem desta vez será por culpa direta de algum deles. E, vejam: Sadam e Bin Laden já foram mortos. Mas vá inventar de matar um dos dois honoráveis presidentes, que não são terroristas nem ditadores mas com potenciais para fazerem os mesmos estragos, vá inventar de matá-los, para ver.

Pois é, Sandy, se queria a fama, veio ao lugar certo, porque aqui serás eternamente lembrada. "No outono é sempre igual, as folhas caem no quintal; só não cai o meu amor, pois não tem jeito não, é imortal..." "uhu-uhu, é imortal".




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O esquizofrênico da Liberdade

Eu sempre achei esse negócio de loucura algo muito louco. Claro! A loucura é uma coisa das mais relativas do universo. A loucura é mais relativa que o próprio universo. A loucura é mais relativa do que a teoria da relatividade, que, aliás, é outro troço louco... como também pode ser considerado louco aquele que idealizou a teoria. 

O que é loucura? Segundo o Wikipedia: "A loucura ou insânia é segundo a psicologia uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados anormais pela sociedade". E isso é muito relativo. Fernandinho Beira-Mar é louco ou um empresário visionário? O atirador norueguês, Anders Breivik, é louco ou só um cara metido a besta com muito preparo, muita munição e princípios éticos deturbados? Hitler era louco ou alérgico a qualquer organismo vivo? Lula é louco ou apenas distraído? Fernando Gouveia, o esquizofrênico da Liberdade, é mesmo louco só por que ouve vozes e quer se matar?

Fazer loucuras não faz ninguém ser realmente louco. Devem existir loucos que de tão loucos não conseguem nem fazer suas loucuras. Podemos cometer loucura sem sermos loucos. E podemos ser loucos sem nunca termos  feito nada para as pessoas pensarem isso da gente. Eu posso ser mais louco que esse cara. E ele pode fazer muito mais sentido do que eu. Depende do dia. Depende da gente. Depende dos outros. E depende do próprio universo. No fim, somos todos loucos, mas uns sabem controlar e outros não. Ser louco é não saber controlar a loucura que existe dentro de todos nós.

Não é que eu não acredite na loucura, apenas estou convencido que metade dos loucos não vão fazer loucura nenhuma se não enchermos o saco deles. Soltem os loucos? Não é bem por aí. Mas não se pode privar um louco da sociedade por loucuras pequenas. É como privar um religioso de ir à igreja só porque ele  se imaginou fazendo sexo com a mulher gostosa do vizinho.

O que não pode é o louco estar em sua casa, fazendo suas loucuras rotineiras, e vir mais uma cambada de loucos para dizer que o louco de tão louco será interditado. Porra! Não é por nada não, mas mereceram cada tiro. Como que em sã consciência decidem ir na casa do louco para dizer: "Olá, seu louco, a gente veio aqui para lhe entregar um documento que atesta que o senhor é louco e que não pode responder por si próprio. Assine aqui, por favor. Em duas vias, Ok? Obrigado. Agora troque de roupa, ponha um perfuminho, penteie o cabelo, que nós vamos lhe levar para o manicômio". Seria louco se assinasse! Sério. Se ele não pode responder por ele, como ele vai responder por ele para justamente dizer que não pode responder por ele? Querem endoidar o doido? É muita loucura para a pobre cabecinha do louco. Queria que fosse de metralhadora! Espera o cara ter uma crise e interdita ele. Agora esperar que o cara reconheça: "Ih, é mesmo. Vocês me convenceram. Eu sou louco." Esperar esse tipo de reação é provar ser muito mais louco que o próprio louco. Parabéns!

  


domingo, 27 de maio de 2012

Pequenos males da humanidade: sentimento de posse

Desde o nascimento, e me arrisco a dizer que até antes, somos tomados por uma fúria incontrolável: o sentimento de posse. O feto, em seu lar uterino, já carrega em si a minuscula e imprecisa certeza que aquele lugar lhe pertence. E quando o tiram de lá, ele abre o berreiro. O mundo não é mais dele. Mas aqueles peitos volumosos e cheios de leite são todo dele! Por mais que tenhamos evoluído, os extintos primários do territorialismo sempre estarão presentes na gente - o que é perfeitamente normal e compreensível.

O que acontece é que, quando crescemos e nos relacionamos com as pessoas, passamos a acreditar que as pessoas são nossas. MINHA mãe. MINHA namorada. MEU cachorro. OK, isso serve para facilitar a comunicação, mas não pense que seu namorado é SEU, nem que ele tem a obrigação de dar sempre a preferência a você. É recomendável, of course, que você dê maior parte da sua atenção àquilo que você quer que continue sendo "seu". Porém o mundo é grande, e não podemos usar tapa-olhos. E se todo mundo começar a dizer que "fulano é meu, sicrano é meu", aí fodeu, né? É violento simplesmente pensar que alguém seja inteiramente seu, ou até que algumas partes desse alguém sejam suas...

Uma boa parcela das picuinhas universais se dão por conta do sentimento de posse. As pessoas matam por isso. Às vezes matam o que era seu, em outras matam quem tomou o que era seu. Muitas vezes, até os dois. Alguns até se matam - o que é o mais justo. As pessoas sofrem mais por isso. As pessoas se dedicam tanto a achar que determinada pessoa é sua, que esquecem que elas mesmas pertencem a si. A gente prefere se dar a alguém do que abrir mão de ter alguém. E não se resume à relacionamentos. Um patrão acha que os funcionários são seus. Um profissional de saúde acha que os pacientes são seus.

É a solidão que faz isso, e o mundo tem um vasto arsenal de "forever-alones". Mas não adianta nada "achar" que as pessoas são suas, porque não é essa entrega que define quem gosta de você. O que define isso é... sei lá... elas gostarem de você? As pessoas podem estar de alguém, mas nunca são de alguém. Aprendam a ser felizes sem o sentimento de posse, de vez em quando dá certo.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sonhos

Quero ser milionário! Quero ser um popstar! Quero ser o Neymar! Quero glamour! Quero brilhar! Quantos pedidos fazemos! Quantos sonhos queremos! E quanto sofremos!

Todos nós temos um grande sonho, grandes planos que podem ou não se concretizar. Mas maior que tudo isso são as oportunidades, que podem passar uma única vez, para nunca mais voltar - e, às vezes, mesmo, elas nunca aparecem. Não importa o quanto se tente, ou quanto talento exista em nós, tem coisas que simplesmente não se realizarão nunca! Mas há uma solução: o famigerado plano B! O problema é que as pessoas detestam planos B, pelo simples motivo de não serem o A - o principal. Sonhar... sonhar é grátis. Viver... viver gasta pra caralho! Gasta dinheiro, gasta paciência, gasta determinação e gasta muita sorte. Ninguém precisa de sorte no mundo dos sonhos, já está tudo como queremos.

Eu, eu queria ser jogador de futebol. Não deu. Depois eu queria ser médico. Impossível! Então, o que dar para eu ser? Escritor? Vou tentar. Estou tentando. Talvez não dê certo também. Mas a questão é que não adianta ter sonhos impossíveis, se você nunca vai concretizá-los. Um pobre não pode sonhar em ser dono da Dinamarca. O pobre tem que sonhar com um emprego com salário mínimo. Depois esse pobre estuda para um concurso, passa e sonha ser gerente. O gerente sonha em ter mais dinheiro e compra carro e casa própria. Ele descobre o mercado de ações; vai ficando rico, mas ainda não é o Eike Batista. E qual será o sonho do Eike Batista? Comprar a Dinamarca? Talvez comprar o København... talvez comprar a Lego... mas nem ele deve sonhar em comprar a Dinamarca.



Sonhar qualquer coisa é legal, mas sonhar o que você sabe que pode fazer é muito melhor. Ricaços burros às vezes chegam onde querem, pobres inteligentíssimos podem nadar, nadar e morrer na praia... se chegarem a tanto. Claro que é melhor ser competente sempre, mas a vida não está dividida entre competência e fracasso. Está mais dividida entre escolhas certas, abrindo mão de algo muito bom e escolhas erradas, na ânsia do melhor. A não ser que você seja o Shaquille O'Neil, você só pode subir um degrau por vez, no máximo dois. E talvez, dependendo da confusão arquitetônica, você terá que descer algumas vezes para se localizar melhor, olhar o caminho e voltar a subir.

Devemos, antes de sonhar, jogar fora os preconceitos. Tem gente que diz que só será feliz fazendo determinada coisa, mas você não sabe de porra nenhuma. A realização é um copo d'água - no frio, bem hidratado, a água não irá lhe apetecer; no meio do deserto, será a oitava maravilha! Onde você está? Para onde deve ir? Beba um copo d'água e seja feliz!

domingo, 29 de abril de 2012

Filosofia de Facebook

Entre em seu facebook agora. Ah, você já está conectado? Claro. Falha minha... Bom, deslize pela tela e você vai achar a esdrúxula filosofia do facebook, encabeçada por menininhas que compartilham Caio Fernando Abreu e pessoas em geral que postam frases erroneamente atribuídas a Clarice Lispector. Com certeza você vai encontrar pérolas desse gênero. No meu tem agora: "Tudo tem a hora certa pra acontecer, e na maioria das vezes aquilo que você mais deseja só vai acontecer quando você menos esperar! (foto de Johnny Depp ao lado)" e "Com quantos relacionamentos fracassados teremos que lidar antes que você aprenda a se amar? (por sobre a foto do Dr. House)". No seu deve ter até coisa pior.

Enfim... nada contra frases bonitinhas, até aparecem umas legais, mas é que, poxa, ô galerinha sem criatividade! Tudo bem compartilhar o que achamos legal, mas precisa fazer isso pra tudo quanto é merda? Ninguém escreve nada que vem da própria cabeça, as ideais são geradas não mais pelo cérebro, e sim pelo botão de compartilhamento do facebook. E as pessoas ainda "curtem" esse tipo de presepada intelectual. Por que não compartilhar pensamentos de Freud, Stephen Hawking, Platão, Clarice Lispector (de verdade)? E por que não apenas escrever o que você está pensando? Não é tão difícil, gente. O teclado facilita bastante...

Por isso estarei lançando a campanha: 


terça-feira, 24 de abril de 2012

Amor em estado bruto

3 litros de admiração.
3 quilos de desejo.
2 copos de carinho e respeito.
4 colheres de fantasia (misturar à admiração e ao desejo).
6 envelopes de possessão.
4 rodelas de paciência e persistência.
3 doses de agonia.
1 xícara de comodidade e interesse.
1 sachê de ódio.
5 pitadas de inveja.
Loucura e burrice à gosto.

Obs.: É recomendado misturar todo o conteúdo numa fôrma untada de bom-humor e conservar em forno brando para sempre (com intermitentes aumentos na temperatura e eventuais murros em pontas de facas).
A ordem e a quantidade pode variar de pessoa pra pessoa, com suas consequências. Muito cuidado!


O amor, em estado bruto e sem temperos adicionais, é coisa muito simples: para isso só basta olhar com interesse no modo como ele (a) mexe nos cabelos. Antes de tudo, vale lembrar que, apesar do que dizem por aí, o amor não precisa ser correspondido, nem ao menos necessita que o amador esteja feliz com a situação. Mas, e o "amor-próprio"; o "você precisa amar-se para poder amar alguém"; o "amor não-correspondido dói" e finalmente o "é loucura amar quem não te ama". É preciso acabar com essas farsas. Esses clichês são pura enganação, algo que algum terapeuta inventou para ganhar dinheiro em consultas com pessoas com dor de cotovelo, ou um mal-amado querendo fazer graça. Amor de verdade nunca acaba; amor autêntico dura para sempre! Algo diferente disso, me perdoem os pseudo-apaixonados, não é amor. Então, isso é um carma?, você pergunta. Exatamente!, eis minha resposta. Pra quê amar, se é algo tão cruel?, você pergunta de novo. Eu digo que não entrarei nos méritos do porquê alguém amar, mas essa é a verdade!

Claro que você pode fingir, guardar numa gaveta, trancar o amor num cofre de segurança máxima, mas isso não vai matá-lo. Seus amores só acabarão no dia que você morrer... e olhe lá! Se a receita acima for feita com pouca variação, o amor torna-se imortal. E se faltar um ingrediente que seja, o amor torna-se uma bizarrice - o que acontece muito. Então, se o amor nunca acaba, eu só posso amar uma única pessoa para sempre?, você pergunta. Não! Outra balela é dizer que seu amor pelo namorado (a) anterior acabou, e agora você ama só o atual. Sinto muito! MENTIRA! Ou você amava e continua amando, mesmo estando com outro (a), ou você nunca amou de verdade, e aí tudo bem. Se seu namorado (a) te disse isso, sinto muito, ele está te enganando... mas pode ser que seja sem querer. Ele pode ter fugido do amor, guardado numa gaveta, pode ter trancado no cofre, mas isso não mata o amor.

Então é um prisão?, você se pergunta. É uma bela analogia para se fazer. Então mesmo numa decepção muito grande, se é amor, não vai acabar? Mesmo se ele (a) me espancar, eu vou continuar amando?, você pergunta, aflita (o). Acho muito difícil você ter amado essa pessoa (por conta dos itens 1 e 8 da receita)... a não ser que você goste de apanhar; aí é válido. Todo mundo percebe comportamentos estranhos; pode não ser no inicio, mas depois fica impossível não notar. Ou você admira (item 1) essa agressividade; ou, por dar valor exagerado ao desejo (item 2), que é o que em geral anda acontecendo, você relevou a agressividade, porque você queria outro tipo de agressividade, se é que me entende. De todo jeito, não era amor, porque a receita foi feita toda errada. Desculpe-me Maria da Penha, mas se você amava mesmo o seu marido, nem a surra mais elaborada arrancou esse amor de você, ou não era amor e você se confundiu.

Que fique claro, o amor não precisa de ninguém, é uma coisa só sua, e nada, nada que a pessoa que você ama fizer vai mudar o que você sente, se você realmente sente... 42% das pessoas não sabem o que é amor, ou acham que amam alguém. 28% amam completamente errado - o que também não é amor. 30% amam de verdade, e desses trinta, 25% não sabem, 25% não admitem, 33% sabem e não admitem e só 16,9% sabem e admitem o amor que sentem. 0,1% aceitam o que estou dizendo. Mas se pensarem sem orgulho, 100% vão concordar. É pura estatística! 

Para resumir: O AMOR NUNCA ACABA, e você pode amar quantas pessoas você conseguir. O amor não conhece fidelidade. Você pode ser fiel fisicamente, e até tentar mentalmente, mas não se engane: você nem seu namorado (a) podem lutar contra o amor. Chega de hipocrisia! Case-se com um (a) só, copule com um (a) só, mas dentro de você o seu amor não pára de fluir para onde ele quer. 

domingo, 22 de abril de 2012

Felicidade e nostalgia

Era das facilidades. A duzentos e quarenta e dois dias do fim do mundo. Diário de bordo. Eu tenho pensado bastante, preso no oceano das lembranças, perto da ilha deserta do marasmo. Eu tenho pensado que o mundo já foi melhor. Já foi mais difícil, mas, sem dúvida, muito melhor. Estamos na era das facilidades. Podemos nos comunicar com qualquer pessoa, em qualquer lugar, instantaneamente. Podemos ver o que quisermos, onde quisermos. A tecnologia tornou nossa vida bem mais cômoda. A que preço? Aparentemente nenhum. Mas o que não percebemos é que a facilidade traz, contraditoriamente, muita infelicidade. Ás vezes parece que somos masoquistas, mas não; é só que, o que dá mesmo felicidade é a luta por algo.

No medievo, todos os homens só eram felizes na guerra, a guerra realizava o homem. As mulheres tinham uma vida reprimida, mesmo assim podiam ser felizes. As pessoas lutavam pelas coisas, e ficavam felizes por conseguirem concretizá-las. Na época da TV as pessoas ficavam esperando, ansiosas, para ver o clipe de sua banda favorita, quando tinham sorte. Hoje todos podem ver os clipes à hora que quiserem, mas qual é a graça disso? Ninguém liga! Ninguém fica feliz com isso! Pois já dizia alguém: "a ignorância é uma benção", e vejo que ele tinha razão, em um sentido um pouco diferente. Não é que não saber das coisas nos deixe alegres, bobos-alegres, mas as conquistas nos deixam alegres. E na era das facilidades, onde muito pouca coisa pode ser de fato renovada, a vida não é tão feliz, pois a vida já está pronta.

O mundo vai sim acabar... se é que já não acabou. A tristeza traz agressões, agressões ao mundo e às outras pessoas: desmatamento, bullying, mortandade, aquecimento global e etc. A facilidade arruinou o mundo, não porque a facilidade é ruim, mas porque os humanos indolentes se agarraram às facilidades de uma forma criminosa. Sabemos que podemos encontrar alguém online, então pra quê encontrá-lo pessoalmente? Sabemos que podemos mandar uma bomba a quilômetros de distância num alvo milimétrico, então pra quê dialogar? Bem, as guerras são antigas, e isso também acontecia no medievo, seu blogueiro, alguns dizem. E eu digo: com certeza, aquela era outra fase na facilitação das coisas. Como eu tinha dito, o problema não é a facilidade, mas o uso dela. Sabemos que podemos "mexer" nos alimentos, para ficarem mais agradáveis, e até mais vendáveis, por que deixar a natureza cuidar disso? Sabemos que podemos antecipar doenças como anencefalia, então pra quê dar uma chance ao acaso?

Diário de bordo. Não vejo nada à minha frente. Só pó. O que significa? Não sei. O que podemos fazer? Lembrar que somos humanos, e lembrar que coisas fora de moda também podem ser divertidas. Por isso a saudade de um mundo que não vivenciamos... por isso toda essa revolta... Somos o inferno, cheio de boas intenções e decisões completamente equivocadas!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Literaturando Apresentação

Nova série de posts do blog, Literaturando vai analisar de forma inusitada a literatura e seus personagens. E levantar questões que, embora não sejam exatamente interessantes, vão fazer pensar: É mesmo, né? Como não percebi isso?, ou ao menos é a pretensão.
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