sábado, 2 de janeiro de 2010

Mulheres Perfeitas - The Stepford Wives



Título: The Stepford Wives (Mulheres Perfeitas-Br)
2004
Direção: Frank Oz (de A Chave Mágica, Será que ele é? e A Pequena Loja de Horrores)
Roteiro: Paul Rudnick (de Será que ele é? e A Família Adams 2)
Gênero: Terror??


A princípio, parece que o filme será mais um filme de drama familiar. Uma mulher moderna e uma profissional de sucesso, Joanna Eberhart (Nicole Kidman) se vê de repente sem emprego e seu casamento a ponto de ruir. Então ela, junto com o marido, Walter Kresby (Matthew Broderick), e os filhos, parte para recomeçar a vida, em um lugar afastado e organizado, chamado: Steford. Lá vive a perfeição; tudo arrumado, todos ricos, mulheres perfeitas e maridos exemplares. Aos poucos ela vai percebendo que há algo de muito estranho nessa perfeição, então passa a investigar e descobre a existência de um plano radical para evitar problemas familiares.

Que Fred Kruger que nada! Desde a Trilha Sonora aos movimentos de câmera, tudo nos passa a ideia de um filme de terror daqueles! Sem o elemento morte e sofrimento, Mulheres Perfeitas nada mais é que um filme de terror. As esposas de Stepford têm uma beleza tão fortemente montada, que nos assusta mais do que qualquer serial killer. Um filme surpreendente e ao mesmo tempo previsivel em seu desenrolar, mas que ao final impacta e nos faz ficar de boca aberta. Mulheres Perfeitas vai fazer você rir, e também fará você parar para pensar: "Tá, tudo está perfeito. Mas e agora, o que fazer com isso?"
Tratando com bom humor o estereótipo da mulher moderna, que como eu disse aqui, está mudada, o filme retrata a angústia do homem em perder seu espaço, e da mulher, em já não poder ser aquilo que ela mesmo espera de si. Destacarei duas frases, que estão na mesma cena ou quase. A primeira é um diálogo dos personagens centrais, Walter Kresby (Matthew Broderick) e Joanna Eberhart (Nicole Kidman).


- Você é melhor oradora - ele diz. - Uma melhor executiva. Você é até melhor no sexo, e não negue.
- Eu não ia negar - ela responde.
- Bem, será que eu não tenho nada?
- Tem a mim.
- Não, eu tenho que segurar vela. Tenho que dizer as crianças que você vai chegar atrasada de novo. Tenho que dizer a imprensa que você não tem nada a declarar. Eu tenho que trabalhar para você!
- Não, comigo.
- Todos nós casamos com mulheres maravilhosas. Super mulheres! Rainhas amazonas. E sabe o que isso nos torna?
- Espertos, valiosos, sortudos.
- Somos covardes! O ar que segura as asas de vocês, nós somos o apoio de vocês... Nós somos as mulheres, e não gostamos!

Ainda precisa dizer alguma coisa?

E uma frase dita por Mike Wellington (Christopher Walker), o "chefe" de Stepford e "vilão" do filme.

- E a única razão da sua fúria, do seu ressentimento, da sua raiva é muito simples. Está furiosa, porque nós pensamos nisto primeiro. Enquanto vocês tentavam se tornar homens, nós decidimos nos tornar Deuses.

Ou seja, para consegui superar a nova mulher, só sendo um Deus. Isso é muito forte.

Um filme para homens e mulheres, que se sentirão mexidos por um pensamento que nunca pensaram, mas que faz totalmente parte da nossa sociedade. Enfim... recomendo! Um filme de bom gosto, com um ótimo elenco, rápido e direto.

Nota: 9,00
Melhor Atuação: Para mim foi a do ator Roger Bart, no papel do cômico e elegante Roger Bannister. Destaque também para Christopher Walker, que faz as mesmas expressões em todos os seus filmes e é sempre excelente. E Nicole Kidman, que é destaque aonde quer que apareça.