sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O tempo.

Inspirado pela reportagem da São Silvestre exibida no Globo Esporte de hoje, que mostrou os corredores que chagaram por último, resolvi fazer esta postagem.



Pasalia Chepkorir e James Kipsang, respectivamente, vencedores da São Silvestre 2009
e

Adriana, última colocada na São Silvestre


Não, eu não vou falar que ela tem que se sentir uma vencedora, não importando a colocação que tenha obtido. Isso todo mundo já disse. É só que me fez pensar no tempo...

Se tudo é relativo, o tempo também é. Cinco minutos de euforia podem superar uma hora de monotonia. Ou - como tudo é relativo - pode ser ao contrário: cinco minutos de monotonia podem superar uma hora de euforia. O que há de interessante a se notar é que, além disso, o tempo é uma coisa atemporal. Um longo segundo de espera para quem tem pressa... uma rápida emoção para o aventureiro... um longo e lento lance de felicidade que deveria durar mais.
Somos quenianos, corredores profissionais, filhos do vento e acostumados a ganhar. Somos brasileiros, gordinhos que chegam ao final e rápidos no próprio tempo. Quarenta e poucos minutos para uns, três horas e quarenta para outros. Nesse tempo, quem viveu mais? quem respirou mais? quem se satisfez mais com o tempo fora de controle? quem?... Diga você, porque eu, que nem sei o que o meu tempo me diz e sei que talvez ele esteja mesmo mudo, não me arriscarei a dizer.